sábado, 14 de agosto de 2021

Cidades do Circuito das Águas Paulista buscam Indicação de Procedência para certificar as cachaças produzidas na região

O Circuito das Águas Paulista, composto por 09 importantes cidades turísticas, estão em busca da conquista da Indicação Geográfica na modalidade Indicação de Procedência para as cachaças produzidas na região. O processo para essa certificação iniciou-se neste ano com o apoio logístico do Sebrae e do Instituto Federal de São Paulo, devendo os resultados serem divulgados nos próximos anos.

As Indicações Geográficas projetam uma imagem associada à qualidade, reputação e identidade de produto ou serviço. Assim o registro pode conferir maior competitividade da cachaça   nos mercados nacional e internacional, melhorando e ampliando a comercialização dos produtos ou a oferta de serviços. 

Além disso, o registro ajuda a evitar o uso indevido por produtores instalados fora da região geográfica demarcada. A Cana de açúcar da região tem excelente qualidade. As canas de açúcar produzidas na região dessas cidades, são plantadas numa área predominantemente montanhosa. Aliás, as 09 cidades têm excelentes fontes de água mineral e um solo bastante fértil, com altas taxas de minérios, permitindo a produção de canas de açúcar alta qualidade, permitindo uma excelência na produção de cachaças.

A aguardente de cana de açúcar com designação “cachaça” é uma bebida alcoólica brasileira por excelência. E por leis específicas são reconhecidas como Indicação Geográfica brasileira e reconhecida mundialmente. A diferença entre elas está em seu método de produção. A aguardente é produzida industrialmente em grandes quantidades com destilação em coluna e tem teor alcoólico de até 54%. Já a cachaça é artesanal, destilada em coluna ou alambique e costuma ter maior qualidade, com teor de até 48%.

No exterior a cachaça brasileira foi e ainda é muitas vezes confundida com o rum caribenho – as duas bebidas são produzidas a partir da cana de açúcar. Daí decorre que a cachaça brasileira não possui nem de perto a “aura” que os runs cubano ou jamaicano desfrutam no mercado internacional.

Esse problema tem algumas explicações. A principal delas é a falta de controle de qualidade e de origem das 5 mil a 7 mil marcas comercializadas no Brasil. Desde os anos 1990, diversos grupos de pesquisa tentam desenvolver marcadores químicos que possam tanto tipificar a cachaça nacional quanto traçar a sua origem geográfica, a região e o estado onde é produzida. A necessidade de garantias de procedência e de qualidade é defendida pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), que tem interesse em utilizá-las para classificar a produção nacional e alavancar as exportações.

De acordo com o Ibrac, o Brasil produz 800 milhões de litros de cachaça por ano, com movimentação de R$ 1,6 bilhão. O total exportado é de apenas 10 milhões de litros, equivalentes a US$ 21 milhões. As cidades que serão impactadas com o alcance da Indicação Geográfica serão Águas de Lindóia, Amparo, Holambra, Jaguariúna, Monte Alegre do Sul, Lindóia, Pedreira, Serra Negra e Socorro.

São dezenas de produtores da região que terão seus produtos artesanais e, alguns orgânicos, devidamente certificados.

E-mail: contato@circuitodasaguaspaulista.sp.gov.br
Endereço: Rua Capitão José Inácio, 91, Centro, Monte Alegre do Sul/SP.

sábado, 18 de julho de 2020

DESTILAÇÃO PERSONALIZADA

DESTILAÇÃO PERSONALIZADA
Marcas Personalizadas

O projeto da destilaria HOF teve início em 2004 inspirada no “boom” das microdestilarias americanas e europeias. Ganhou rapidamente a reputação de produzir alguns dos melhores destilados, usando apenas os melhores ingredientes.

A HOF colabora com diversos tipos de proprietários de marcas espirituosas, desde o desenvolvimento completo da receita até a simples execução de um projeto. Com algumas parcerias com marcas de todo o Brasil a HOF está bem posicionada para ajudá-lo a criar o seu produto dos sonhos e a movê-lo do conceito para a satisfação de garrafas e pedidos de compra.

Desenvolvimento de Receitas, Destilação, Engarrafamento, Envelhecimento / Armazenamento.
Com alguns dos mais tradicionais equipamentos de produção do setor e experiência incomparável, traduzida por inúmeros prêmios nacionais e internacionais, oferecemos aos clientes tudo o que eles precisam para dar vida a um projeto espiritual.

Pequenas bateladas, “copper pot distilation”, fogo direto, cortes perfeitos, produção tradicional, como era antigamente.

Entre em contato conosco abaixo se desejar obter informações sobre nossos serviços de destilação personalizados.
(11) 99547-3334
hof@microdestilariahof.com.br

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Descubra como é feita cachaça, a bebida mais brasileira que existe

Destilado mais consumido no País, a pinga surgiu há cinco séculos e hoje movimenta um mercado bilionário
Por Guilherme Moraes

Pinga, cana, branquinha, “água que passarinho não bebe”, “marvada” e por aí vai. A quantidade de nomes pelos quais a cachaça é conhecida é tão grande quanto sua história, que remonta aos primeiros anos da colonização portuguesa no Brasil. Passados cinco séculos, hoje ela é a segunda bebida alcoólica mais consumida no País, atrás apenas da cerveja, e conta com milhares de produtores no País. Seu processo de fabricação é simples, mas exige muitos cuidados.

1 – Colhendo a matéria-prima

O processo de produção não difere da maioria dos destilados, passando por fermentação, destilação e eventualmente envelhecimento. Mas, primeiro, é preciso colher sua matéria-prima: a cana-de-açúcar. Tudo começa com o cultivo, por um ano, da cana-de-açúcar. O corte normalmente é manual, já que a planta não pode ser queimada ou vir com muitas folhas, como acontece na colheita mecanizada.

2 – Moagem

O segundo passo é a moagem da cana, que extrai da matéria-prima um suco fresco, de cor amarelo-esverdeada, conhecido em algumas regiões do Brasil como garapa. É esse suco que diferencia a cachaça de outros destilados da cana-de-açúcar que, como o rum, são feitos a partir do melaço. “Nessa etapa, é importante filtrar o caldo da cana para retirar os bagaços e outras impurezas. Também é preciso controlar a quantidade de açúcar acrescentando água, porque se o caldo estiver muito doce a levedura não se desenvolve”, explica Alexandre Bertin, dono da Cachaça Sapucaia, fundada em 1933 na cidade de Pindamonhagaba, no interior de São Paulo.

3 – Fermentação  

O passo seguinte é a fermentação. O caldo extraído da cana é levado para descansar e passa pelo processo de fermentação natural, com a ação de leveduras. Esse processo dura, em média, de 24 a 36 horas, mas pode ser acelerado com catalisadores.

4 – Destilação

Por fim, o líquido é destilado, sendo que há duas formas de se fazer isso. Com a produção artesanal, a cachaça é destilada em um alambique, uma espécie de panela de pressão gigante. No método industrial de produção da cachaça, são utilizadas colunas de destilação. Nesse processo, o caldo é aquecido até virar vapor, que por sua vez é enviado a uma serpentina resfriada que devolve ao composto seu estado líquido.

5 – O coração da cachaça

Nem todo o líquido que sai do alambique é próprio para o consumo. A primeira parte do volume destilado, chamada de “cabeça”, é alcoólica demais. A última parte, chamada de “cauda”, tem pouco álcool e é composta basicamente por água. Por isso, ambas as “partes” são descartadas. A bebida é fabricada apenas com a parte do “meio” do processo de destilação, chamada de “coração da cachaça”.


6 – Envase ou envelhecimento

O “coração da cachaça” já pode ser engarrafado. A cachaça também pode ser envelhecida em barris de carvalho, amburana ou amendoim, entre outras madeiras – que podem, inclusive, alterar o sabor e coloração do produto. Depois de todo esse processo, é só saborear. Além de pura ou com gelo, açúcar e limão – a popular caipirinha –, a cachaça harmoniza muito bem com muitas frutas, como morango, maracujá e laranja.

7 – Quem inventou a bebida mais famosa?

A versão mais aceita sobre a invenção da cachaça é de que ela foi fabricada pela primeira vez entre 1516 e 1532 em algum engenho do litoral brasileiro – sendo, dessa forma, o primeiro destilado em toda a América Latina, antes mesmo da tequila mexicana ou do rum caribenho.

Alguns dizem que os responsáveis foram os primeiros portugueses que chegavam para colonizar o País, que, para amenizar a saudade da terra natal, teriam improvisado uma bebida com o que sobrava do caldo de cana. “Apesar de usar uma matéria-prima que veio da Ásia, mas se adaptou muito bem ao nosso litoral, a cachaça tem tudo a ver do Brasil”, diz Felipe Jannuzzi, criador do site “Mapa da Cachaça”, que reúne notícias, dados e curiosidades da bebida. “Seja como aperitivo ou nos drinques, como a popular caipirinha, ela ocupa uma parte muito importante da gastronomia do País. E acho que cada vez mais o brasileiro vai reconhecer e valorizar isso.”

Além de ser considerada um patrimônio cultural brasileiro, hoje a cachaça movimenta um mercado gigantesco. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), hoje o País conta com 40 mil produtores e cerca de quatro mil marcas da bebida no mercado internacional.

Dados Sistema de Controle da Produção de Bebidas da Receita Federal (Sicobe) mostram que, em 2013, o faturamento do setor alcançou R$ 5,95 bilhões, com a produção de pouco mais de 500 milhões de litros da aguardente. Esses números transformam a “branquinha” no destilado mais consumido no Brasil e o terceiro em todo o mundo.

domingo, 25 de agosto de 2019

Mestres em cachaça no Circuito das Águas

Viviane diz que todo o processo que resulta nos três rótulos de cachaça e um licor hoje no mercado é artesanal.


Em Socorro (SP), outra estância do Circuito das Águas Paulista conhecida pela produção de cachaça, Wellen Mazzolini de Lima, de 30 anos, contribui para que a história inciada pelo pai há 32 anos prospere cada vez mais. “Aprendi tudo que sei com o meu pai e, agora, tenho o apoio dele para dar sequência ao trabalho".

Mestres em cachaça no Circuito das Águas, mulheres falam com orgulho da profissão: 'Paixão'

Viviane Baldin e Wellen de Lima revelam orgulho da profissão e contam sobre como começaram nos negócios que comandam em Amparo (SP) e Socorro (SP).
Por Ivan Lopes, G1 Campinas e região

Wellen de Lima e Viviane Baldin comandam alambiques no Circuito das Águas Paulista  — Fotos: Andreia Pereira

O recado já foi dado: lugar de mulher é onde ela quiser! E nas cidades de Amparo (SP) e Socorro (SP), isso inclui o comando de alambiques. Para quem ainda acha que o mercado da cachaça é restrito ao mundo masculino, no Circuito das Águas Paulista elas dão as cartas na produção e venda de rótulos artesanais da bebida, um patrimônio histórico, gastronômico e cultural do Brasil.

Em entrevista ao G1, duas "alambiqueiras" contam sobre a relação com a bebida e a paixão pela profissão.

Viviane Baldin, por exemplo, é mestre alambiqueira e trabalha em uma microempresa do ramo de cachaça artesanal, em Amparo, desde os 18 anos. Hoje com 32, fala com orgulho da profissão.

“Sempre gostei de alquimia, de procurar o aperfeiçoamento do produto unindo a ciência e a técnica. Mergulhei com tudo nessa paixão”, diz.
A carreira de 14 anos é marcada por uma luta frenética em busca do conhecimento, sempre com objetivo de encontrar fórmulas e sabores inovadores que satisfaçam o consumidor.

“Participo de cursos, feiras, exposições e concursos. Fico agradecida por ter recebido a oportunidade da empresa. Crescemos juntas e me sinto realizada nesse universo” conta.

Viviane trabalha há 14 anos no ramo — Foto: Andreia Pereira Viviane trabalha há 14 anos no ramo — Foto: Andreia Pereira
Viviane trabalha há 14 anos no ramo — Foto: Andreia Pereira

Artesanal, e premiada
Viviane trabalha há 14 anos no ramo — Foto: Andreia Pereira
“De cada 150 litros de caldo de cana, tiro 20 de destilado. O resto é lixo”, comenta.
Ela conta que a fabricação de cachaça começou em pequena escala, para atender parentes e amigos do proprietário. Ao perceber a qualidade, em 1998, a empresa foi oficializada e iniciou a fase de comercialização formal, sem perder a característica de fabricação artesanal. “Atualmente tiramos 4 mil litros ao ano”, lembra.

De acordo com Viviane, a marca coleciona quatro prêmios, três pratas e um bronze em concursos, sendo o mais importante o de Bruxelas, na Bélgica, em 2012.

“A qualidade da água das minas da fazenda e o processo de fermentação são alguns dos segredos de nossas cachaças, que ficam armazenadas de 6 a 18 meses em tanques de aço inoxidável, tonéis de carvalho europeu e de jequitibá rosa, de acordo com estilo”, comenta.

Wellen aprendeu tudo que sabe sobre cachaça com o pai — Foto: Andreia Pereira Wellen aprendeu tudo que sabe sobre cachaça com o pai — Foto: Andreia Pereira
Wellen aprendeu tudo que sabe sobre cachaça com o pai — Foto: Andreia Pereira

Legado do pai

Wellen aprendeu tudo que sabe sobre cachaça com o pai — Foto: Andreia Pereira
Wellen se considera alambiqueira autodidata e encara o desafio com o propósito de manter viva as raízes da família.

“Comecei a trabalhar no alambique por uma questão da necessidade de ajudar meu pai. Gostei e hoje tenho muito amor pelo que faço”, ressalta.
Com uma produção artesanal de 13 mil litros anuais, o alambique da família Lima abastece mercado, empórios, bares e restaurantes da região. A cachaça é o carro-forte, mas também produzem licores frutados e o famoso melado.

“A produção familiar cresceu aos poucos e em 2001, legalizamos o negócio. Me animo ainda mais ao perceber que podemos chegar ainda mais longe”, diz Wellen, que diz investir no mínimo 9 horas diárias na produção e comércio das cachaças e derivados.

Cachaças produzidas no Circuito das Águas Paulista — Foto: Andreia Pereira Cachaças produzidas no Circuito das Águas Paulista — Foto: Andreia Pereira
Cachaças produzidas no Circuito das Águas Paulista — Foto: Andreia Pereira

Circuito das Águas

O polo turístico conhecido como Circuito das Águas Paulista possui dezenas de alambiques e empresas de cachaça artesanais espalhadas, principalmente nas cidades de Amparo, Socorro, Monte Alegre do Sul (SP) e Serra Negra (SP), mas poucas delas são licenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A burocracia e alta carga tributária são as principais justificativas, de acordo com os produtores.

De acordo com o Mapa, 90% da cachaça produzida no Brasil sai de micro e pequenas empresas, com uma média de 4 mil produtores legalizados e 5 mil rótulos registrados. Em 2016, a categoria ganhou a oportunidade de fazer parte do regime tributário do Simples Nacional, o que trouxe uma estimativa de até 40% nos impostos pagos sobre o produto. Sem o Simples, a carga de imposto supera a 80%, de acordo com Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac).


O que é cachaça?
Segundo o Ibrac, cachaça é a "denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, tendo como matéria-prima exclusiva o mosto fermentado do caldo da cana-de-açúcar, com teor alcoólico de 38% a 48%".

O Brasil tem capacidade instalada para produzir 1,2 bilhão de litros de cachaça por ano, embora o Ibrac estime algo em torno de 800 milhões a 1 bilhão de litros/ano. A exportação, considerada crescente, é de apenas 2% do montante produzido. Estados Unidos, Alemanha, Paraguai, França e Portugal são os principais importadores do produto.

O Estado de São Paulo lidera em volume o mercado interno da produção de cachaça, embora Minas Gerais seja o maior produtor do destilado de alambique. Atualmente todos os estados do país fabricam a bebida.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

CARTA DE CACHAÇAS DAS SERRAS PAULISTAS? FESTIVAL DO CIRCUITO DAS ÁGUAS PAULISTAS ABRE A TEMPORADA DE EVENTOS DE DESTAQUE

Além das feiras de negócios,  congressos, workshops, encontros e  demais eventos onde os profissionais  podem trocar informação, os festivais gastronômicos e de bebidas ajudam a disseminar as riquezas regionais que podem ser  Cartaz Circuito das Águas exploradas nos  mais diferentes empreendimentos de gastronomia. E mensalmente esses festivais têm ocorrido por todo o Brasil, permitindo  também que o consumidor final tenha também o contato com marcas e produtos que  destacam a cultura local, ajudando a valorizá-los.

Em mais uma edição, o Festival da  Cachaça do Circuito das Águas Paulistas é um bom exemplo. O evento ocorre entre  os dias 9 e 10 de agosto, em Amparo, no  interior paulista, cidade a menos de 150 km da capital. E são muitos os atrativos, em especial as destilarias presentes,  com produtos bem exclusivos, alguns com premiações nacionais e internacionais.

Uma delas é a Hof, da vizinha cidade de  Serra Negra. A empresa é uma das mais premiadas em concursos nacionais e internacionais e atualmente tem um  linha bem abrangente de produtos, com  destaque para bebidas mistas, licores,  cachaças puras e envelhecidas,  incluindo em barril de uísque, e também  mais recentemente gins e drinques  prontos.

Lançamentos Hof
Entre as novidades recém-apresentadas  da empresa está o Rabo de Galo pronto,  um coquetel alcoólico com receita totalmente inspirada no tradicional  drinque paulistano da década de 1950.  Produzido a partir de duas das melhores cachaças da empresa, adição de vermute, e um toque especial do masterblender, a bebida passa por descanso em  barril. Leve e características únicas,  é o primeiro coquetel genuinamente  brasileiro pronto para beber.

Outros lançamentos da empresa foram o Boxxer London Dry, considerado o  primeiro gim brasileiro triplamente  destilado em alambique de cobre “tipo  pot still” e que conta com nove  botânicos na receita, e o Gin Boxer  Old Tom, de coloração azul, obtida  de  forma natural por conta da flor Cunhã  (Clitoria ternatea) utilizada na  receita, que leva também adição de uma  fina calda de açúcar. Confira a linha  completa da empresa no site:  www.microdestilariahof.com.br .

Vale destacar também entre as empresas participantes a Cachaça Wiba!,  que entre as últimas premiações  recebidas comemora reconhecimentos  como:
– Medalha de Ouro no Concurso Vinhos e  Destilados do Brasil para a sua versão  Wiba! Amburana;
– Medalha de Ouro no Concurso Vinhos e  Destilados do Brasil para a sua versão  Wiba! Prata.

Wiba linha com o GingerA Wiba! é uma das empresas que explora  as tendências e traz sempre novidades  para atender as demandas de mercado. Recentemente a empresa, que participou  do Bar Convent São Paulo, maior evento do ano no País na área de coquetelaria,  apresentou a WIBA Tropicália Ginger.

O produto surgiu após o produtor Wilson  Barros experimentar o delicioso melado cítrico numa visita a Ilha Bela e conhecer a “gengibrada”, uma receita centenária originária da região. Na  época colonial, a região era conhecida pelas aguardentes, mas pelo alto teor alcoólico e para agradar os paladares dos banquetes palacianos, a bebida era misturada a outros ingredientes. A mais popular levava aguardente, gengibre, limão e açúcar.  Há indícios de que era muito apreciada  pela Princesa Isabel, a qual especula- se que tinha uma casa lá. A Wiba! Tropicália Ginger é uma releitura dessa  bebida secular. No paladar, tem dulçor  equilibrado, notas cítricas do limão e  uma leve e agradável picância, fiel à  receita original dos antigos caiçaras.  Veja a linha completa da empresa no  site: https://cachacawiba.com.br .

Também estará presente no evento a  Cambarissú, cachaça produzida pela empresa Folhas de Oliva, de Estiva Gerbi, no interior paulista.

Cerveja Mediterrânea Folhas de OlivaEntre as versões da Cachaça está a Cambarissú Premium, que tem um ingrediente especialíssimo: é a única que passa por anos de envelhecimento em barris de madeira de oliveira cultivadas no sítio Cambarissú, que fica em Bueno Brandão, sul de MG,  a 1.650 metros de altitude, local que  reúne as condições ideais para o cultivo da oliveira, o que garante uma  madeira de excelente qualidade para a  confecção dos tonéis. A cachaça, no  entanto, é envelhecida pela empresa em Estiva Gerbi.

Na verdade a Folhas de Oliva tem uma  linha bem rica de produtos que abrange  azeites, licores, chás, cosméticos e  inclusive cervejas que levam as folhas  de oliva na composição. A empresa foi  um dos destaques da nossa última edição  devido a premiações recebidas para sua  linha de cachaças. Confira AQUI a  reportagem. Mais sobre a empresa no  https://folhasdeoliva.com.br .

Destaque também de página de nossa última edição, a Cachaça Sagrada é outra presença confirmada no evento. Ela é produzida com cana selecionada e destilada em alambique de cobre, com o mais rigoroso padrão de qualidade.

Cachaça Sagrada EnvelhecidaÉ elaborada na Fazenda Vale do Meio, na Zona Rural de Bom Jesus do Amparo, MG. Entre os destaques da linha da empresa está a Cachaça Sagrada Paraíba, que passa por armazenamento em tonéis de madeira de carvalho francês e amburana. Também estão disponíveis as versões Prata, Ouro e Pura.

Recentemente a empresa comemorou novas premiações: Medalhas de Prata no Concurso Vinhos e Destilados do Brasil e no Concurso de Degustações às Cegas da Expocachaça 2019. Informações completas sobre a empresa no site: https://cachacasagrada.com.br .
A empresa também foi destaque na última edição da Carta Premium. Confira AQUI a reportagem.

Outras cachaças presentes no evento:
– Cachaça Flor da Montanha da Fazenda Benedetti: uma das bebidas mais  conhecidas da região, produzida pela  família  há mais de 90 anos. Conta com  versões especiais como a  Flor da  Montanha Estações desenvolvida para  composição de coquetéis de frutas  refrescantes no verão e com calorosas  misturas de ervas e temperos no  inverno. A empresa também lançou  recentemente a sua linha de cervejas.  Informações: www.spaziobenedetti.com.br

Cachaças da Torre- Cachaças da Torre: fabricadas artesanalmente desde 1998 pelo engenheiro agrônomo René Luiz Barreto de Arruda, no sítio Torre Annunziata, situado no próprio  município de Amparo (SP) . Na linha estão  a Cachaça da Torre Desacansada (seis  meses em aço inox), Da Torre Carvalho e  Da Torre Jequitibá Rosa (18 meses  descansada em barris), e o Licor Santa  Cana. Outras informações:  http://cachacadatorre.com.br .

– Cachaça Fina Flor: também artesanal e  produzida em Amparo. Passa por  envelhecimento em tonéis de amendoim e  pode ser desenvolvida de forma  personalizada, com rótulos sob  encomenda para restaurantes, festas,  casamentos, formaturas e eventos. Redes  sociais: @FinaFlorCachaca .

– Cachaça Theodoro: é produzida na na  Fazenda Amábile, que fica na Estância  Hidromineral de Serra Negra e  une o  processo tradicional de produção de  cachaça de alambique com a tecnologia  atual utilizando alambiques de cobre  rebatidos a mão e outros equipamentos  atuais em aço inox, conhecimento  tecnológico e cuidados especiais com a  produção. Desde a escolha e corte das  canas-de-açúcar até o engarrafamento,  todo o processo é feito com esmero  sendo supervisionado por um  especialista em Tecnologia da Cachaça  para garantir a sua excepcional  qualidade. Na linha estão a Cachaça  Theodoro do Véio, Cachaça Theodoro  Jequitibá e Cachaça Theodoro Extra  Premium. Outras informações:  www.destilariatheodoro.com.br .

Cachaça Brisa- Cachaça Brisa da Serra: em 2019 a  linha da empresa já comemora diversas  premiações, entre elas com a Cachaça  Tragaluz, que recebeu Medalha de Prata  no recente  Concurso Vinhos e  Destilados do Brasil, e a Brisa Ouro,  que recebeu a Medalha de Ouro no mesmo  evento. Já Brisa Amburana recebeu a  Medalha de Prata no Concurso de  Degustações às Cegas da Expocachaça.  Outras informações sobre a empresa e  vendas:  www.brisadaserradestilaria.com.br .

– Cachaça Miss White: desenvolvida  exclusivamente para o para o preparo de  caipirinhas e drinques variados. É  elaborada a partir de um processo 100%  artesanal e sustentável, que começa com  a escolha do solo ideal para o plantio  da cana. A colheita é manual e não  sofre queima, preservando sua doçura.  Após a destilação passa por  armazenamento em dornas de jequitibá,  pelo período de seis meses a um ano.  Saiba mais em  http://misswhitebrazil.com .

Cachaça Brasilchik- Cachaça Brasilchik: produto  elaborado nos puros ares da Estância  Climática da Serra Bragantina, provém  de cana com corte selecionado, e do  coração do destilado. Na linha estão as  versões Branca, Envelhecida em Barril  de Carvalho, Envelhecida em Barril de Amburana e Cacchaça Brasilchik Mel  (bebida mista). Informações detalhadas  em www.brasilchik.com .

- Cachaça Gavena: produzida em  alambique de cobre e armazenada e  envelhecida em madeiras especiais. A  Prata, por exemplo, passa por 9 meses  em tonéis de Amendoim do campo. Já a  Gavena Ouro, é envelhecida por 2 Anos  em barris de Carvalho Europeu. Mais  informações sobre a empresa no:  https://www.gavena.com.br .

– Cachaça Pioneira: produzida na  vizinha Socorro, a Pioneira provém de  um alambique familiar há mais de 30  anos no mercado, que também elabora  licores, melado, rapadura e açúcar  mascavo. Outras informações:  https://www.facebook.com/pg/alambiquepioneira .

Cachaça Yapira- Cachaça Yapira: produzida na cidade de Itapira, é uma uma bebida fina de alto padrão de qualidade. Na linha estão a Yapira Ouro (com aroma suave, graduação alcoólica de 41%, envelhecida em barris de carvalho por um período de 3 anos; e a Yapira Prata, também com graduação alcoólica de 41%, que passa por seis meses de descanso no inox, o que resulta em uma cachaça cristalina, com aroma característico e sabor  harmonioso, sem influência de madeiras.  Saiba mais sobre a empresa no site:  www.cachacayapira.com .

– Cachaça Garoa de Engenho: a bebida,  de alta qualidade está disponível nas  versões: Branca (com  aroma da própria  cana e sabor levemente frutado, passa  por armazenamento em tonéis de amendoim  por um período de 12 meses); Carvalho  (envelhecida por um ano no barril,  remetendo a um aroma caramelizado –  doce -, amadeirado e suave); Bálsamo  (envelhecida 4 anos em barris, com um  retrogosto lembrando anis), e Amburana,  que passa dois anos na madeira,  apresenta aromas doce, amadeirado, com  forte presença também do aroma de  baunilha e remetendo no retrogosto a  amêndoas. Outras informações:  www.grfam.com.br

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Fazenda Benedetti vira referência no Turismo do Circuito das Águas Paulista

Um espaço onde tudo o que o interior do Estado de São Paulo tem de bom pode ser encontrado. Da tradicional cachaça, queijos, mel, café, vinhos, sorvetes, pães artesanais à tranquilidade em meio a natureza.

Localizada às margens da Rodovia SP 360,  trecho Amparo/Serra Negra, km 138 a Fazenda Benedetti é conhecida por sua cachaça produzida desde os anos 1929. Com a chegada da quarta geração, o espaço está se preparando para se tornar um complexo turístico para toda a família.

Atualmente, no Café Spazio Benedetti, os turistas podem saborear deliciosos bolos, o especial “lanche da fazenda”, além de bebidas como o “chá forasteiro”, sucos naturais e o famoso “café sem pressa”, aquele café a seu gosto – o tradicional café do coador – feito na hora e por você. “A cafeteria é um espaço que proporciona momentos agradáveis com uma culinária típica da fazenda e com um ambiente decorado com detalhes do interior”, comenta Jorge Benedetti, um dos proprietários da fazenda.

No local, as iguarias podem ser adquiridas no “Spazio Benedetti” para serem apreciadas em casa. São produtos da própria fazenda e parceiros das cidades do interior, que também podem ser adquiridos na loja virtual www.spaziobenedetti.com.br

As tradicionais cachaças são produzidas na própria fazenda com técnicas que a família desenvolveu desde o século passado para ser referência na região. Além delas, batidas, licores, vinhos e outras bebidas estão à disposição.

A cachaça Flor da Montanha Export Prata foi premiada no renomado Concurso de Bruxelas 2014 com sede na Bélgica, um dos concursos de destilados mais importantes do mundo, com o selo Gold Medal, que se destaca pelo seu aroma e paladar. Na Fazenda, podem ser encontras outras cachaças envelhecidas em tonéis de Amburana, Bálsamo, Jequitibá Rosa entre outros. A Cachaça Do Gran Nonno, é uma bebida especial em homenageia ao Antônio Benedetti, patriarca da família. Vale ressaltar que a bebida tem mais de 12 anos de envelhecimento e difere das demais bebidas pelo seu aroma, coloração e qualidade.

A história da produção teve início em 1929, com a crise do café, pelo mundo. Um dos parceiros de seu Antônio não possuía dinheiro para pagar a dívida e ofereceu um burro e alguns tonéis para a produção de cachaça. Seu Antônio começou a produzir a cachaça para consumo, mas, a bebida era tão boa que vizinhos e amigos começaram a comprar. A partir daí, a produção começou e a historia está sendo escrita até os dias de hoje.

“Para o futuro, buscamos a criação de mais atrativos, além de melhorias contínuas na qualidade de nossos produtos e serviços,” finalizou Benedetti.

A fazenda Benedetti atende de segunda domingo, das 9 às 18 horas.

Publicado em 2/11/17 - Circuito de Notícias

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A HISTÓRIA DA CACHAÇA

A cana surgiu no Pacífico Sul, seguindo, então, um roteiro que a levaria até à Índia, onde, pela primeira vez, cinco séculos antes de Cristo, o açúcar dela seria extraído. Da Índia, migrou para o Oriente Médio, região na qual foram criadas as primeiras rotas ligadas ao produto. Dali, a cana chegou ao Mediterrâneo, sendo cultivada, mais de mil anos depois, nas Ilhas Canárias, situadas no Atlântico. Dessas ilhas, foi transportada para o Brasil, transformando o Nordeste em seu reino e transformando-se, já a partir do século XVI, no principal produto colonial de exportação.

A cachaça, por sua vez, foi concebida, ainda nas primeiras décadas da colonização, na Capitania de São Vicente, onde hoje é o estado de São Paulo. No final do século XVI, registrava-se a existência de oito engenhos dedicados à sua produção. Inicialmente, a bebida não possuía grande valor comercial e era feita pelos escravos às escondidas, pois seus senhores não gostavam de vê-los consumindo-a.

Foi assim até que ela caiu, de vez, no gosto popular – inclusive dos senhores – e virou, enfim, produto de exportação, entrando nas rotas comerciais que envolviam o tráfico negreiro, uma vez que encontrava enorme aceitação na África.  O termo “pinga” surgiu do vapor produzido pelo lento processo necessário para fermentar o líquido, na medida em que, ao subir, se condensava no teto e pingava. E a pinga doía quando caía nos escravos, o que teria gerado outro vocábulo: aguardente. Hipótese controversa, porém, pois a bebida proveniente da destilação já era chamada pelos alquimistas europeus, no século XII, de aqua ardens.  Ainda no período colonial, surgiu uma diferenciação entre a bebida importada e a nacional.

Denominava-se bagaceira a bebida destilada importada de Portugal, enquanto se conhecia por cachaça a proveniente do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O cachaceiro, que posteriormente seria a denominação dada ao alcoólatra, significava, na época, apenas o comerciante da bebida. O termo cachaça, aliás, é especificamente brasileiro. Um profundo conhecedor do assunto, como Câmara Cascudo, não apenas asseverou a inexistência do vocábulo no Brasil, mas também afirmou nunca ter ouvido tal palavra em Portugal. Em espanhol, por sua vez, cachaça é uma espécie de vinho de borras.

A bebida caiu rapidamente no gosto popular e espalhou-se pelo Brasil à medida que o País ia sendo povoado. Em Minas Gerais, terra de ouro, de diamante, e de frio, a cachaça encontrou terreno fértil para produção e consumo. Os inconfidentes chegaram a elegê-la uma espécie de bebida nacional, símbolo dos brasileiros, a ser consumida de preferência ao vinho produzido pelos portugueses, considerado a bebida dos opressores.  Domingos Xavier, por exemplo, um dos líderes da Revolta, era dono de um alambique e saciava os participantes das reuniões com a cachaça por ele mesmo produzida.

E, adiantando um pouco mais no tempo, é bom lembrar que os revolucionários de 1817, em Pernambuco, almejaram, também, a transformação da cachaça em símbolo nacional, em resposta a mais uma tentativa de proibição por parte dos renitentes portugueses.  Nesse ritmo, a bebida chegou a batizar o porto de Parati, que virou sinônimo de pinga. Ou foi Parati que batizou a cachaça?

A ordem dos fatores não é de grande importância, mas o fato é que alambiques construídos pelos portugueses surgiram em volta do porto ali construído. O Caminho Novo, ligação entre Minas e o mar, facilitou a subida da cachaça para as montanhas, as quais já eram providas, contudo, de diversos alambiques e engenhocas que proliferavam, embora como símbolo de cachaças mais sofisticadas.

A produção logo espalhou-se pela província do Rio de Janeiro, chegando até Campos dos Goitacases, tradicional produtor açucareiro. E tão importante era a bebida, que a região terminou por protagonizar, em 1660, a Revolta da Cacha ça, quando os insurretos tomaram e governaram a cidade do Rio de Janeiro durante cinco meses, contra as proibições de fabricação e venda de aguardente.  A cachaça era produzida, normalmente, em pequenos engenhos – as chamadas engenhocas –, e seu consumo estava predominantemente vinculado às camadas mais baixas da populaçãocolonial. Em Minas Gerais, por exemplo, a grande produção de aguardente, no século XVIII, deveu-se ao mercado consumidor constituído pelas comunidades auríferas, mas teve como fator determinante, igualmente, a posição peculiar dos engenhos mineiros: sem acesso ao mercado externo, especializaram sua produção no comércio local e em pequena escala.  Depois da Independência, manteve-se um ciclo produtivo ininterrupto, logrando Minas manter-se, ainda hoje, como centro produtor por excelência.

Assim, a existência de engenhocas no interior mineiro é atestada ao longo do século XIX por diversos viajantes que percorreram a região no período. Richard Burton aludiu à presença de uma delas em Jaboticatubas, e o Conde de Castelnau, à de outra próxima a Juiz de Fora. SaintHilaire, por sua vez, definiu a cachaça como “a aguardente do País”.

Portanto, como o fumo, a cachaça tornou-se moeda de troca no tráfico de escravos, inserindo o produto em um circuito econômico que ultrapassou o âmbito doméstico e colocando muitos proprietários de engenhocas voltadas para a produção de aguardente em contato com o comércio externo.  Criou-se, contudo, uma dicotomia com os grandes engenhos, dedicando-se prioritariamente ao açúcar e tendo em vista o mercado externo, e as engenhocas – na maioria das vezes clandestinas e sem a aparelhagem necessária à produção de açúcar e muito menos o capital para adquirilo, dedicando-se, de modo exclusivo, à produção de rapadura e cachaça, produtos destinados, majoritariamente, ao mercado interno.

Convém ressaltar que nem só de cachaça e vinho compunham-se os hábitos etílicos no período colonial. Popularizou-se, por exemplo, o aluá, nome africano dado à bebida fermentada de milho, de origem indígena. E mesmo o consumoda cachaça ganhou variantes, como o cachimbo, ou meladinha, cachaça com mel de abelhas.  O consumo de bebidas alcóolicas era compreendido, também, do ponto de vista de remédio a ser utilizados em diferentes ocasiões. Poderia servir tanto como fortificante, tomado pela manhã ou em situações que exigiam grande esforço físico -, quanto como proteção ao organismo, em situações específicas.

Economicamente, a cachaça era considerada um produto menos nobre que o açúcar, pois destinava-se, predominantemente, ao consumo local e, quando exportada, seu destino era a África, não alcançando o cobiçado mercado europeu. Embora pouco nobre, resistiu no mercado e tornou-se cada vez mais popular.  Quanto à relação entre a cachaça e o vinho, criou-se, no período colonial, outra dicotomia que ainda hoje se mantém nos hábitos etílicos do brasileiro. O vinho esteve presente em festas e tradições, como o coreto, reuniões festivas nas quais as saudações, acompanhadas pela bebida, eram cantadas. Permaneceu, assim, uma bebida tradicionalmente associada a ocasiões solenes e à elite, ao contrário da cachaça; vinho de missa tornou-se, nesse sentido, expressão proverbial.

A partir de então, a cachaça passou a ser uma concorrente incômoda para os vinhos portugueses, o que levou a Coroa a proibir sua fabricação. A primeira medida proibitiva data de 1639, indício claro do sucesso já obtido pela bebida. Todavia, nunca se conseguiu alcançar, nem de longe, tal objetivo. Percebendo que a proibição jamais seria bem-sucedida, a Coroa preferiu render-se ao inimigo e explorá-lo a partir de diversos impostos, como a taxa instituída para auxiliar na reconstrução de Lisboa, destruída por um terremoto em 1765, e o subsídio literário, instituído, em Minas, para financiar o pagamento de professores régios

A bebida passou a ser vista, com o tempo, como fortificante e, mais do que isso, como alimento imprescindível para os escravos, o que foi reconhecido inclusive em relatórios escritos por funcionários da Coroa. Aliás, a cachaça e suas variantes, como a pinga com limão e mel, foram vistas, desde cedo, como santo remédio para gripes e resfriados, seguindo costume arraigado no imaginário e na farmacopéia popular que, desde o início, atribui à bebida – consumida, é claro, em doses adequadas – funções terapêuticas.

Texto de: Ricardo Luiz de Souza Doutor em História pela UFMG. Professor da UNIFEMM - Centro Universitário de Sete Lagoas. Autor de “Identidade nacional e modernidade na historiografia brasileira: o diálogo entre Silvio Romero, Euclides da Cunha, Câmara Cascudo e Gilberto Freyre” ( Belo Horizonte, Editora Autêntica, 2007 ) e de dezenas de artigos publicados em revistas acadêmicas, entre os quais “Cachaça, vinho, cerveja: da colônia ao século XX. Estudos Históricos, nº 33- Rio de Janeiro - FGV, 200

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